Era verão de 96, trabalhava como guarda-vidas num parque aquático, me sentia a propria Pamela Anderson, mas a responsabilidade era grande.
A noite tinha sido difícil, meu inimigo imaginário, vamos chama-lo de Ton, resolveu conversar sobre assuntos que eu não queria dar atenção.
Lembro que cheguei atrasada, nesse dia havia uma reunião importante em que a pauta era acidentes, meu supervisor me aguardava na porta do vestiário, foi tudo muito estranho, mas as coisas ficaram bem, bem até demais.
Segui para o meu posto, era o que eu mais detestava, o Kamikase(uma queda de mais de
Entre apitos, rádios e normas de segurança sempre estão os que teimam em burlar e se arriscar ignorando as probalidades de acidente.
Entre um banhista e outro, Ton apareceu, tirou completamente a minha atenção, de repente ele me fez perceber alternativas que em muito me agradavam, fiquei dispersa por alguns segundos, o suficiente para duas pessoas tentarem se divertir com riscos, quando percebi, estava rebocando uma mulher pelos cabelos, foi tudo muito rápido, e graças a deus era uma mulher de cabelos soltos, o namorado desceu em segurança.
Enquanto, quase esterica, dizia a ela tudo que poderia ter acontecido, da minha responsabilidade, percebi o Ton por perto, com um sorriso que me irritava, mas que também me aliviava.
Naquele dia preferi mudar de setor, ele só era dado aos melhores e eu estava entre eles, mas não me sentia assim, confesso que nunca mais consegui nem testa-lo como fazia todas as manhãs.
Ali começava uma fase de negação e dependência, a sensação de segurança que o Ton me passava era impressionante, não sabia mais viver sem ele.