segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Começando

Era verão de 96, trabalhava como guarda-vidas num parque aquático, me sentia a propria Pamela Anderson, mas a responsabilidade era grande.

A noite tinha sido difícil, meu inimigo imaginário, vamos chama-lo de Ton, resolveu conversar sobre assuntos que eu não queria dar atenção.

Lembro que cheguei atrasada, nesse dia havia uma reunião importante em que a pauta era acidentes, meu supervisor me aguardava na porta do vestiário, foi tudo muito estranho, mas as coisas ficaram bem, bem até demais.

Segui para o meu posto, era o que eu mais detestava, o Kamikase(uma queda de mais de 7 metros), acidentes seriam fatais ou irreversíveis.

Entre apitos, rádios e normas de segurança sempre estão os que teimam em burlar e se arriscar ignorando as probalidades de acidente.

Entre um banhista e outro, Ton apareceu, tirou completamente a minha atenção, de repente ele me fez perceber alternativas que em muito me agradavam, fiquei dispersa por alguns segundos, o suficiente para duas pessoas tentarem se divertir com riscos, quando percebi, estava rebocando uma mulher pelos cabelos, foi tudo muito rápido, e graças a deus era uma mulher de cabelos soltos, o namorado desceu em segurança.

Enquanto, quase esterica, dizia a ela tudo que poderia ter acontecido, da minha responsabilidade, percebi o Ton por perto, com um sorriso que me irritava, mas que também me aliviava.

Naquele dia preferi mudar de setor, ele só era dado aos melhores e eu estava entre eles, mas não me sentia assim, confesso que nunca mais consegui nem testa-lo como fazia todas as manhãs.

Ali começava uma fase de negação e dependência, a sensação de segurança que o Ton me passava era impressionante, não sabia mais viver sem ele.

domingo, 14 de setembro de 2008

Do imaginário para a realidade...

Ele estava aqui fazia tempo, esteve presente em muitos momentos da minha vida, ganhou tempo, reconheceu terreno, montou estratégias e finalmente declarou a guerra.


Quando o percebi como um inimigo já era quase que real, tudo estava dentro da minha imaginação, o real e o imaginário se confundiram, onde estava meu maior inimigo??? Simbolizado em minhas melhores lembranças, bastava reaviva-las e lá estava ele, tentando tornar tudo aquilo imaginação e fazer-se real em minha vida.
Não tinha mais como negar, eu criei meu inimigo, eu alimentei meu inimigo, eu dei as armas pra que meu inimigo as usasse contra mim, e eu ali, desarmada, vulneravel.

Só eu o vejo, só eu sei como age, mas não sei como dete-lo.
Entranhado em minha mente, que lateja sua presença dia após dia, sempre com um sorriso e por vezes bem cruel quando o sorriso é meu.